O Dia dos Namorados é uma data comemorada em todo mundo. No Brasil, essa celebração do amor acontece hoje (12 de junho), dia em que os casais apaixonados aproveitam para reafirmar os laços que os unem.

O amor na terceira idade, entretanto, não é algo frequentemente lembrado e comemorado; o tema continua sendo visto como um tabu.

Parece inimaginável que pessoas acima dos 60 anos possam manter relacionamentos amorosos, e que isso seja encarado com naturalidade.

A questão, infelizmente, está relacionada à ideia cristalizada de que envelhecer é sinônimo de doença e incapacidade.

No entanto, é possível atingir a velhice de forma saudável, expressando o amor e a sexualidade, que por vezes são negligenciados pelos próprios idosos.

A visão ultrapassada sobre a velhice

Embora um idoso seja facilmente reconhecível, é muito difícil definir algo que possa servir para caracterizar esta fase da vida.

Poderíamos recorrer a características físicas ou a doenças consideradas clássicas na terceira idade, como cabelos brancos, rugas, osteoporose e perdas de memória, por exemplo.

Se por um lado esses sinais costumam se manifestar bem antes de uma pessoa poder ser definida como idosa, ou em processo de envelhecimento, por outro, a ciência atual conta com recursos que visam a superar a maioria desses sinalizadores da idade avançada que, portanto, não servem mais para definir a velhice.

Há várias formas de se viver após os 60 anos e não poucas, como se pode pensar. Ao mesmo tempo, ainda para alguns, a velhice continuará sendo o prenúncio de doenças que sinalizam o fim iminente.

É preciso lembrar, entretanto, que a morte não chega apenas para os mais velhos, e sim para qualquer um de nós, que estamos vivos e atuantes, independente da idade que tenhamos.

A Gerontologia entende que o envelhecimento não significa uma decadência, e sim uma seqüência da vida, com suas características específicas e peculiaridades.

Sendo um processo natural e inevitável, deve-se pensar em envelhecer com qualidade, evitando, assim, as contínuas perdas de direitos e deveres no dia a dia e, principalmente, o olhar do outro que aponta e inferioriza o envelhecimento.

Vida amorosa e sexual na terceira idade

Como os jovens e adultos são quem ditam muitas práticas, não se permite que, por exemplo, um idoso ame socialmente; não se leva em consideração a possibilidade de um relacionamento físico e amoroso na terceira idade.

Muitos destes preconceitos contra a velhice são tão enraizados na sociedade, que os mais velhos acabam os interiorizando e nutrindo.

O amor e a sexualidade na velhice são tidos como tabu, porque a sociedade ainda dita que somente para os jovens isto é possível, restando aos idosos o amor platônico ou a abstinência sexual.

Assim, pode até existir a vontade, por parte do idoso, de ir ao encontro do outro e ser amado, mas isso muitas vezes não acontece, por eles acreditarem que serão vistos negativamente, caso se permitam viver com totalidade. Se isto é verdade para os homens mais velhos, a situação é ainda pior para as idosas.

É preciso que o idoso encare como sadias as práticas amorosas na velhice, tendo uma atitude positiva e um sentimento de adesão à vida.

O amor e o desejo são naturais do ser humano, independente da idade, e está mais do que na hora de que todos, incluindo os idosos, possamos viver com plenitude, sem nos preocuparmos com as críticas daqueles que insistem em perpetuar pensamentos ultrapassados e ditar comportamentos e estilos de vida.

“Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir…”

Fonte: “Envelhecimento, Amor e Sexualidade: utopia ou realidade?”

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