Recentemente foi “celebrado” o Dia Mundial do Diabetes e, infelizmente, muitos idosos com a doença nem percebem que a têm. Se não tratada, o diabetes pode causar sérios problemas de saúde que afetam os rins, o coração, o cérebro, os olhos e os pés.
O diabetes é considerado o terceiro maior fator de risco para doenças ateroscleróticas cardiovasculares, como infarto e AVC, segundo a Diretriz Brasileira sobre Prevenção de Doenças Cardiovasculares em Pacientes com Diabetes.
Apesar disso, só um em cada quatro pacientes faz o tratamento de forma adequada. O impacto dessa negligência é grande: estimativas indicam que a doença está ligada a 11% das mortes ocorridas entre os 20 e 79 anos.
Incidência do Diabetes na Terceira Idade
Justamente por estar mais sujeita aos fatores de risco, a população acima dos 65 anos é a mais propícia a desenvolver o diabetes tipo 2. A prevalência chega a 20% — cerca de um a cada cinco idosos —, o que corresponde a 5 milhões de idosos diabéticos no Brasil e 100 milhões no mundo.
Estudos nacionais apontam incidência 60% maior da doença entre a população idosa na última década.
E mais; Os efeitos naturais do envelhecimento e da redução da funcionalidade de vários órgãos, bem como a perda de massa muscular, agravam o diabetes.
De acordo com a Diretriz de Cardiogeriatria, a mortalidade provocada pelo diabetes aumenta de acordo com faixas etárias maiores. Dos 65 aos 75 anos, cerca de 20% dos óbitos estão relacionados com a doença. Na faixa dos 75 ao 85, o índice sobe para 30%. E, após os 85 anos, atinge 35%.
Idosos com diabetes têm risco aumentado para síndromes geriátricas, como polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos), déficit cognitivo, incontinência urinária, quedas e dor crônica.
Se você estiver cuidando de um ente querido que esteja envelhecendo, conhecer os sinais e sintomas de diabetes em adultos idosos pode ajudá-lo a ter uma vida mais longa e produtiva.
O que causa o diabetes?
O diabetes é um distúrbio metabólico crônico que interfere na maneira como o corpo usa a glicose (açúcar) para crescimento, reparo e energia. Esse processo é regulado por um hormônio chamado insulina, produzido pelo pâncreas. Quando tem um desempenho ideal, o pâncreas libera apenas a quantidade certa de insulina para facilitar o transporte de glicose do sangue para as células do corpo.
Mas o pâncreas no corpo de uma pessoa diabética produz muita ou pouca insulina. Como resultado, a glicose se acumula no sangue e é excretada na urina. As células do corpo são então privadas de sua principal fonte de combustível, mesmo quando há bastante glicose disponível.
Que tipos de diabetes existem?
Existem 2 tipos crônicos de diabetes:
Tipo 1
Esta forma mais rara de diabetes ocorre quando o próprio sistema imunológico do corpo começa a direcionar as células produtoras de insulina no pâncreas. O dano resultante faz com que o pâncreas libere pouca ou nenhuma insulina, razão pela qual os diabéticos tipo 1 devem tomar insulina diariamente para sobreviver.
Tipo 2
A maioria dos diabéticos é do tipo 2, idosos e / ou com sobrepeso. Em diabéticos tipo 2, o pâncreas produz bastante glicose, mas por algum motivo não é usado de forma eficiente – uma condição conhecida como resistência à insulina. À medida que os níveis de açúcar no sangue aumentam, o paciente geralmente apresenta sintomas. No entanto, alguns diabéticos tipo 2 permanecem assintomáticos e não percebem que têm até muito mais tarde.
Quais são os sinais do diabetes?
Se você suspeita que um idoso tem diabetes, procure estes sinais e sintomas:
Tipo 1
Sede e fome excessivas
Micção frequente
Perda de peso inexplicável
Fadiga
Tipo 2
Qualquer um dos sintomas acima
Feridas que nunca cicatrizam ou demoram para cicatrizar
Confusão
Visão embaçada
Depressão
Dormência ou formigamento nos pés ou nas mãos
Alguém com diabetes não controlado corre alto risco de doenças cardíacas e derrames, danos aos rins, perda de visão e audição, má circulação sanguínea, problemas nos pés e outros problemas de saúde.
Se essa pessoa for um idoso ativo, sua liberdade e independência podem ser rapidamente colocadas em risco. Se o seu ente querido está apresentando um ou mais desses sinais, peça para um médico examiná-lo, que poderá solicitar exames de sangue e urina.
Alzheimer x Diabetes
Já há evidências epidemiológicas apontando que pessoas com diabetes têm um risco de 73% de desenvolver demências com o avançar da idade — e um risco de 56% de enfrentar a doença de Alzheimer em si.
Vale ou não vale se precaver?
Fonte: Veja Saúde